31 mar 2015

Meu Intercâmbio em Santiago

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Passeio Cultural ao La Moneda - 2011

Passeio Cultural ao La Moneda com a escola do Intercâmbio  – 2011

É bem comum me perguntarem sobre intercâmbio em Santiago então hoje eu vou contar como foi a minha experiência com isso. Já faz 4 anos e talvez eu não me lembre de todos os detalhes mas vou me esforçar para entregar o máximo de informações neste post.

Bem, no final de 2010 o Narciso recebeu uma proposta de trabalho em Santiago e em Janeiro de 2011 se mudou para o país. Eu vim à Santiago em janeiro para visitá-lo e nessa oportunidade eu decidi que queria fazer intercâmbio para aprender espanhol e para ter uma desculpa de visitá-lo mais vezes já que a ideia era que ele ficasse no Chile apenas 1 ano e portanto eu ainda não tinha a pretensão de me mudar e nem ele de ficar mais que 1 ano no país. Mas em janeiro eu tive apenas a ideia, ainda precisava analisar se seria viável.

Em abril ele saiu do hotel que a empresa pagava e foi morar em um apartamento e eu voltei à Santiago para ajudá-lo nessa mudança e na escolha do apê. Eu fiquei quase 2 semanas na cidade e Narciso não conseguia esconder que já estava apaixonado por Santiago e que estava seriamente tentado a aceitar a proposta da empresa de ficar mais tempo no país. Foi a deixa que eu precisava pra dizer: “Sensacional, me mudo pra cá o quanto antes.” hahaha Então em praticamente 4 meses eu resolvi toda a minha vida no Brasil e me mudei para o Chile em junho de 2011, já matriculada em uma escola para fazer o meu curso de espanhol intensivo, já que a única coisa que eu falava era buenos días e gracias e isso quando eu entendia alguma coisa rsrs.

Aqui eu já respondi uma dúvida importante de quem pensa em fazer intercâmbio: eu não morei em república (nome que dão à moradia que os alunos da mesma escola alugam para morar juntos durante o curso), nem em apartamentos conveniados às escolas e nem em casas de chilenos. Eu já vim com moradia definida já que meu marido já estava aqui, então esse gasto eu não tive porque nessa época a empresa pagava o nosso aluguel, então a ideia de fazer um intercâmbio passou a ser mais viável pra mim já que vim para Santiago apenas com uma grana reservada porque eu havia acabado de deixar o meu emprego em São Paulo e ainda não tinha autorização para trabalhar no país porque meu visto ainda não estava pronto (dúvidas sobre vistos, clique aqui e sobre mercado de trabalho chileno, clique aqui) e mesmo que tivesse, eu ainda não falava o idioma, o que limitaria muito as chances de encontrar emprego aqui. A moradia caiu do céu mesmo. Agora vamos às outras perguntas que chegaram:

Onde você estudou?

Eu pesquisei na internet várias escolas e li a opinião de várias pessoas que já tinham feito intercâmbio aqui mas aí me lembrei que uma amiga de São Paulo que 1 ano antes tinha vindo pra Santiago para estudar na Coined e havia amado a experiência. Isso me deixou ainda mais confiante porque essa escola é referência aqui, tem escolas em muitos países, certificação internacional… Então eu escolhi essa escola.

Qual é o tipo de moradia mais barata para intercâmbio?

Com certeza é o apê que você divide com os alunos da mesma escola ou quando você mora na casa de algum chileno mas você precisa analisar se isso realmente é viável porque nas duas opções você estaria morando com estranhos. No caso de dividir o apê com os alunos da escola, você tem que perguntar na escola aonde pretende estudar se os alunos já matriculados tem interesse em receber mais um hóspede em seu apartamento e analisar os custos. É importante lembrar que essas escolas recebem alunos do mundo todo e que nem sempre você vai morar apenas com brasileiros, então a necessidade de saber o inglês para se comunicar com eles em casa, também é grande. Se você tem interesse em morar na casa de alguma família chilena que já está acostumada a receber alunos em casa, você também deve pedir pra sua escola te indicar uma família que tenha costumes bem parecidos aos seus para que o choque cultural seja menor, já que você vai ter que se adaptar aos costumes e horários da casa.

Há outro tipo de moradia para quem não quer morar com ninguém?

Sim, você pode alugar um apartamento sozinho mas para que você consiga isso o ideal é alugar um dos apartamentos indicados pela escola já que dificilmente um turista conseguirá alugar um imóvel no país, uma vez que ele não tem visto e nem tem como comprovar renda no Chile, então alugar tendo a intermediação da escola é muito mais garantido. Infelizmente não tenho como dar uma margem de valores de moradia para intercâmbio porque eu não utilizei esse serviço e porque cada escola, bairro e tipo de acomodação tem um valor. O ideal é você pesquisar com a sua escola.

Qual curso você fez?

Eu não lembro o nome do curso exatamente mas eu sei que era intensivo. Eu estudava espanhol 8 horas por dia durante 1 mês. Foi incrível! Os professores eram nativos e apesar da minha classe ter um número até grande de brasileiros, em aula só falávamos espanhol e pode acreditar: a imersão cultural foi tão grande que ao final do curso eu não apenas falava o básico para sobreviver, mas lia, ouvia músicas, entendia e era capaz de conduzir uma conversa ao telefone ou por email.

Quanto custou?

Sinceramente, eu não me lembro. Isso já tem 4 anos mas sei que não foi barato porém foi realmente um investimento. No meu caso, o curso intensivo era essencial porque eu não ía terminar o curso e voltar para o Brasil para quem sabe um dia usar o espanhol em alguma oportunidade no trabalho. Eu já morava no país. Eu precisava ir ao mercado sozinha, pagar contas, assinar documentos e falar com as pessoas ao redor. Eu precisava falar o idioma para derrubar a primeira das muitas barreiras a serem derrubadas quando você muda de país. Foi a melhor opção pra mim. Mas de qualquer forma, ainda que eu lembrasse exatamente o preço isso não te ajudaria muito porque foi em 2011 mas no site da escola você tem acesso a tudo isso e o valor de outros tipos de cursos também.

A alimentação estava incluída?

Me lembro que sempre tinha algo para comer na escola antes da aula e no final dela, como café, chá, biscoitos e um lanchinho, então quem fazia menos horas de curso podia se garantir com isso mas eu fazia 8 horas então eu precisava colocar do bolso o meu almoço para continuar às aulas no período da tarde.

Como era o método de ensino?

100% conversação. Você aprendia a gramática falando. Por se tratar de professores nativos você não conta com a possibilidade de tradução para o seu idioma, ainda que ele fale português. Nem que ele tenha que dançar e fazer mímica para você entender, mas traduzir, jamais. As aulas tinham muita leitura, músicas, filmes e dados da cultura local. Fora isso, também tinha passeios aos principais pontos turísticos da cidade (foi nessa época que eu conheci Santiago como ninguém) onde nesses lugares já se fazia uma aula e também tinha passeios para se divertir como ir à um restaurante típico onde você tinha que pedir a comida, ir à uma balada ou bar local, museus, teatros e por aí vai. Imersão cultural é a melhor expressão para definir a minha experiência.

Quantos alunos por sala?

No meu curso tinha aproximadamente 8 ou 10 alunos. É um bom número para gerar conversação e para que o professor consiga avaliar o desempenho individual.

Minha turma em 2011

Minha turma em 2011

Você fez algum teste para entrar e ao final do curso?

Sim. Eu fiz um teste no início para comprovar o nível de conhecimento da língua para que eles pudessem me colocar em uma turma que também estivesse no mesmo nível. Isso é muito importante já que tem escolas que não seguem isso à risca e você corre o risco de não se desenvolver muito porque tem alguém que está abaixo ou muito acima de você. Durante o curso o professor realizava alguns testes de conhecimento mas ao final do curso eu fiz uma prova para tirar a certificação internacional. O preço dessa prova já está incluído no valor do curso.

Exame Final - 2011

Exame Final – 2011

Há outro tipo de atividade oferecida pela sua escola que te chamou a atenção?

Sim! Na Coined, por exemplo, você pode fazer trabalhos voluntários com idosos, crianças, instituições carentes, restauração de locais públicos e outras atividades. É bom porque você se sente útil, ajuda quem precisa, tem contato com a cultura e com os chilenos. A escola também é conveniada com empresas e dependendo do seu desempenho no curso ela pode te indicar para possíveis vagas de emprego. Foi assim que eu consegui o primeiro emprego no país e na minha área, após 3 meses morando aqui. Realmente funciona.

Você gastava muito com transporte até a escola?

Não porque ela fica perto do metrô Baquedano (perto da Plaza Itália, Cerro San Cristobal, Pátio Bellavista…), então era sair do metrô e dar de cara com a escola. Sem contar que nesse local tem muitas opções para comer e para todos os bolsos, então eu já fazia tudo por ali mesmo.

Você conhece alguma outra escola além da sua para recomendar?

Conheço de ouvir falar mas no blog eu prefiro indicar apenas os serviços que já usei, assim como nos posts de dicas do país eu só recomendo os lugares que já fui. Me sinto mais segura porque dessa forma vocês podem ter a minha real opinião sobre o que estou falando.

Acho que falei tudo mas se ficou alguma dúvida, é só perguntar nos comentários. Eu amei a experiência, foi fundamental para a minha adaptação no país e realmente fez valer o valor pago. Alguém já fez intercâmbio em Santiago? Conta pra gente.

*Perdão pela falta de qualidade nas fotos mas eu tinha um péssimo celular na época rsrs.

 

 

 

Fê La Salye
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Comentários

13 comentários em "Meu Intercâmbio em Santiago"
  1. Nathalya   09/04/15 • 09h52

    Fê,
    estudantes podem trabalhar quando está fazendo intercâmbio no Chile?

    Ps: adoooooooorei suas dicas! <3

    • fernanda   15/04/15 • 09h29

      Apenas se tiverem autorização para trabalhar no país enquanto estudam. Eu falei sobre isso no post sobre vistos, tá? Muito obrigada por gostar tanto do blog. Bjinhos

  2. Shirley   06/12/15 • 10h50

    Oi Fê, tudo bem?
    Você disse que a escola te indicou para uma empresa, mas isso porque você já morava em Santiago? Por exemplo, se eu fizer o curso e voltar para o Brasil, mesmo assim eles podem me indicar?
    Beijos,
    Shirley

    • Fê La Salye   11/12/15 • 15h04

      As escolas só indicam quando o seu visto já estã em andamento e quando você já está morando no país porque as empresas conveniadas exigem começo imediato. Bjs

  3. Clara   06/01/16 • 10h57

    Adoreiii… Tenho 16 anos e vou fazer um intercambio no Chile de aproximadamente 6 meses…

  4. Taiane   27/04/16 • 08h26

    OLá Fê, adoro suas dicas. Vou fazer intercambio em Santiago em uma universidade, para isso primeiro vou um mês antes para fazer esse intensivo no espanhol. Minha duvida é, existem estágios em Santiago? Sempre ouço falar de emprego e tals, porém seria difícil conciliar o estudo na faculdade e um emprego para mim ( ou não?), aqui existem muitas possibilidades de estagio e/ou trainee, aí também tem? Já estou no processo de retirada do visto aqui mesmo no Brasil

    • Fê La Salye   28/04/16 • 08h13

      Taiane, existem estágios mas o sistema é diferente do Brasil. A remuneração é menor porque o estágio aqui é apenas para concluir a faculdade e nao necessariamente para seguir carreira. De qualquer forma, recomendo o post sobre o mercado de trabalho no Chile. Bjs

  5. Ediane Almeida   16/06/16 • 20h44

    Muito bom esse post Fê, já conhecia essa escola pq fiz tipo uma simulação p intercâmbio,mas fiquei meio com receio por causa das opções de hospedagens que me apresentaram e justamente por não saber que a própria escola facilitaria caso eu ficasse sozinha em um ap. Foi muito bom saber que tenho essa opção.Agradeço.

  6. MAI   05/07/16 • 09h13

    Oi Fê! Tenho lido bastante seus posts antigos…como disse, vou praí em março ihuuul!
    e olha só, o rubén na foto do seu exame! que legal!! eu tava pensando em ir para outra escola, mas lendo seu posto, acho que vou pra coined mesmo…bjs!

    • Fê La Salye   18/07/16 • 18h00

      Oi, tudo bem? Nossa, faz tantos anos que já nao lembro o nome de quase ninguém da foto hehe. Ruben seria o professor? Em todo caso, a Coined é ótima. Bjs

  7. alessandro   15/11/16 • 20h00

    olá gostaria de ir pra ficar um ano aprender a espanhol como funciona na o visto deles e difícil e aceitação para o brasil como é brasileiro e bem vindo no chile
    vc teria algum contato de intercambio de confiança

    • Fê La Salye   13/12/16 • 10h36

      Alessandro, o ideal é ler o post sobre vistos e entrar em contato com escolas e agências de intercâmbio no Chile.

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