Visitar Cusco e não realizar o tradicional City Tour que existe na cidade é correr um grande risco de não conhecer atrações imperdíveis como Qoricancha, Sacsayhuaman, Puka Pukara, Tambomachay e Q’enq. Os nomes sao estranhos mas é que todas as atraçoes da cidade recebem o nome em “quechua”, idioma dos Incas mantido até os dias de hoje.
Todo City Tour é meio parecido: você visita as grandes avenidas da cidade, os museus, as praças, as igrejas… O de Cusco é bem diferente. A única coisa que segue o padrao é a visita a Catedral da cidade, primeira visita do City Tour. Ela nao está incluída no boleto turístico que falei nesse post aqui e tem o valor de U$ 10 (valor que paguei em 2012), mas você pode fazer o que muita gente faz (eu fiz isso, inclusive): nao pagar para ir nesta primeira parte do passeio e visitar a igreja em qualquer outro dia de missa, que nao vao te cobrar nada por isso.
A construção dessa igreja imponente levou mais de 100 anos para ser concluída. Sua arquitetura híbrida, que mescla os estilos gótico-renascentista e barroco, fazem do local um dos mais belos e impressionantes cartões-postais do destino. Os destaques são seu acervo de pinturas realizadas durante a chamada Escola Cusquenha e objetos de prata. Infelizmente nao é permitido tirar fotos da parte interna, mas eu tirei algumas do lado de fora para vocês verem.
Depois da visita à igreja, foi a vez de conhecer o Qoricancha, nome original da construção que hoje abriga a igreja e o Mosteiro dos Dominicanos. O nome significa “Templo do Ouro” porque no auge do império inca o local tinha placas de ouro sobre seus muros. O ouro foi levado pelos espanhóis, assim como boa parte da construção, e o que sobrou, acabou virando material de construção para as igrejas católicas espanholas na cidade. Sob as ruínas de Qoricancha os conquistadores erigiram um mosteiro dando utilidade religiosa ao local que era considerado o centro religioso da civilização inca. Hoje é possível observar a fusão das duas arquiteturas no local, com bases em pedras com a famosa fusão inca e paredes e telhados espanhóis. Os vários terremotos de Cusco já danificaram a igreja, mas não as bases construídas pelos incas. Também é possível ver no local partes dos templos dedicados ao sol, o maior e mais importante de Qoricancha, e à lua. Os jardins do templo, onde antes havia estátuas em ouro, também podem ser visitados. É impressionante observar que com tao poucas ferramentas e zero de tecnologia, os incas fizeram essas contruçoes inacreditáveis, que enchem de admiraçao até os dias de hoje.
A próxima parada do city tour é no Sacsayhuaman, uma fortaleza inca, hoje em ruínas, localizada a dois quilômetros ao norte da cidade do Cusco. Ela foi construída originalmente com propósitos militares para defender-se de tribos invasoras que ameaçavam o Império Inca, antes de 1438. Atualmente se pode apreciar somente 20% do que foi o conjunto arqueológico, já que na época colonial os espanhóis destruíram seus muros para construir casas e igrejas em Cusco. E eu me pergunto como seria 100% dela, já que os 20% já sao incríveis! Sacsaihuaman se encontra a 3.700 metros acima do nível do mar por isso é importante levar uma blusa para este passeio e ter resistência para as possíveis subidas. As pedras foram encaixadas com uma precisão quase inimaginável. É inexplicável decifrar como os incas conseguiram cortar as pedras com tal precisão que nem mesmo uma lâmina ou faca se pode colocar entre elas.
Outro lugar impressionante do tour é o Puka Pukara, com impressionantes estruturas de pedras que se levantam sobre o vale de Cusco e que ficam ainda mais lindas conforme a incidência da luz do Sol. Por isso o nome do lugar, Pukapukara, que significa Forte Vermelho. Especialistas acreditam que o sítio arqueológico servia para hospedar a grande comitiva que acompanhava o inca toda vez que ele visitava Tambomachay. O complexo arqueológico possui vários recintos, praças interiores, aquedutos, atalaias e caminhos que serviram como local de descanso e alojamento. A 7 km ao nordeste da cidade de Cusco (30 minutos de carro ou 2 horas a pé).
Qenko é um conjunto arquitetônico inca que significa “labirinto” em quéchua. Para arqueólogos, a construção de 1500 d.C. foi um local sagrado, onde se realizavam cerimônias para honrar ao Sol, a Lua e as estrelas. O lugar de transcendência ritual é formado pelo setor Intihuatana, feito provavelmente para fins de observação astronômica e por um anfiteatro semicircular, composto por 19 nichos cerimoniais e um monólito de seis metros ao centro, entre outros. Do anfiteatro, e por um labirinto, é possível ingressar nas galerias subterrâneas, assim como em uma sala de sacrifícios. Fica a 3 km da cidade de Cusco.
O city tour termina em Tambomachay (em quéchua, tanpu mach’ay, lugar de descanso) foi construído com uma função religiosa vinculada à água e também para que o chefe do Império Inca pudesse descansar. Conhecido popularmente como Baños del Inca, o sítio arqueológico possui uma série de aquedutos, canais e várias cascatas de água que discorrem pelas rochas. Uma curiosidade: de uma cascata principal, os incas criaram duas secundárias exatamente iguais. Ou seja, colocando duas garrafas vazias em cada cascata, elas enchem ao mesmo tempo. A água na região é pura e, diz a lenda, que ao prová-la, deve-se fazer um pedido aos deuses. A 7,5 km ao noroeste da cidade de Cusco (35 minutos de carro). Um lugar incrível e relaxante.
Está vendo porque indo a Cusco você nao pode perder o city tour? Onde mais você encontraria um city tour tao diferenciado?!
Os outros posts relacionados a esta viagem estao aqui:
Cusco e Machu Picchu – Preços e Dicas Importantes
Cusco e Machu Picchu – 2º Dia: Valle Sagrado de Los Incas
Cusco e Machu Picchu – 3º Dia: Maras Moray e Salineras
Cusco e Machu Picchu – 4º Dia: Machu Picchu: A “CASA” da Ryqueza
Beijos,