PF Palette – 28/nov/13

“Quando tempo eu tenho de vida?”

Foi a pergunta que minha avó me fez antes de morrer, quando descobriu que seu câncer já estava bem avançado.

Fiquei com os olhos cheios de lágrimas e me esforcei ao máximo para nao deixá-las cair, porque nao queria que a minha avó ficasse triste.

Antes que a minha resposta ensaiada pudesse sair da minha boca, ela sabiamente começou a falar:

“Conquistei uma família enorme. Sou mae de 12 filhos, que me deram netos e bisnetos maravilhosos.

Amei muito nessa vida. Amei todos os amores que tive, até os que me fizeram chorar. 

Nao me arrependo de nenhuma vez que pulei a janela de casa na adolescência, para ir ao baile que minha mae nao deixava.

Nao me arrependo da casa cheia de netos aos finais de semana para um churrasco e do meu salário inteiro indo embora com presentes de natal.

Fiz boas escolhas na vida e das erradas, tive uma liçao.

Nao escolhi essa doença, mas ela veio. Que sorte a minha ter tanto tempo de vida…”

Percebi entao, que a pergunta da minha avó era retórica. Ela nao queria uma resposta pessimista ou realista da minha parte. Ela nao queria saber quanto faltava para morrer. Ela estava apenas feliz e realizada porque realmente viveu intensamente enquanto pôde.

Sabe aquela história de que um copo com água até a metade, pode estar meio cheio ou meio vazio, dependendo de como você encara a situaçao? Pois é…

Desejo que hoje, ao refletir sobre a sua vida, você chegue a mesma conclusao que a minha avó: “Que sorte a minha ter tanto tempo de vida…”

Bom dia!