20 jul 2016

7 meses, 3 mortes, 1 câncer

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7 meses, 3 mortes, 1 câncer na família. Não foi o que coloquei na lista de metas e desejos para 2016 mas foi o que ele me deu até o mês de julho.

Ontem desabafei no Snapchat (@pigmentof) após saber do terceiro caso de morte na família mas como as publicações por lá não duram muito, achei melhor falar o que eu PRECISO dizer pra você, aqui no blog também. Até às 17 horas de hoje, 20 de julho, o vídeo estará disponível por lá.

luto

Mas o fato é que em 7 meses muitas coisas tristes aconteceram. Em março meu sogro sofreu um infarto e morreu. Todos vocês acompaharam esse momento horrível e demonstraram muito carinho ao meu marido. Em abril, minha avó ficou doente, não resistiu e faleceu. Em junho a minha irmã descobriu um câncer de mama e teve que ser operada. E ontem, 19 de julho, eu perdi um tio, irmão da minha mãe, para a morte. E claro, como a vida não para, no meio de tudo isso ainda era preciso continuar ou descontinuar com tudo aquilo que os que se foram, deixaram e com todos os problemais habituais que não deixam de chegar só porque você está sangrando.

Talvez você esteja pensando que algo sobrenatural precisa acontecer na minha família porque já está demais e talvez esteja se perguntando se eu tenho medo do que pode acontecer nos meses seguintes, afinal, até 31 de dezembro tem chão.

Não sei se medo é a palavra ideal mas diferente dos anos anteriores, hoje eu sei que perdas em escala não é coisa de livros, novelas ou cinema e também sei que o sobrenatural muitas vezes se resume à simplicidade de saber se reerguer.

Acredito que nestes 7 meses eu aprendi mais que nos últimos 7 anos. Aprendi o valor da vida e principalmente que ela é o que acontece enquanto a gente fica fazendo mil planos, enquanto perde tempo no celular, enquanto se desgasta com coisas pequenas, enquanto evita perdoar ou pedir perdão. A vida é tudo aquilo que acontece enquanto estamos distraídos, colocando energia no que não precisa da nossa atenção. A vida é aquele pequeno segundo diante da gente. A vida é cada segundo de um presente que nem sempre nos levará até aquele futuro que a gente insiste em planejar e trabalhar por ele todo dia.

Não se trata de parar de fazer planos e sim do quanto fazer planos para o agora é essencial porque o agora é tudo o que temos. Meu sogro não acordou no dia 1° de janeiro sabendo que morreria na primeira semana de março, assim como minha avó não teve tempo para realizar tudo o que pensava fazer até o mês de abril e da mesma forma, meu tio não sabia que ao levantar ontem, não terminaria o dia.

Nenhum de nós sabíamos que esse ano seria o último com eles e nenhum de nós sabe até quando teremos a chance de aproveitar as pessoas que temos. E se você chegou até esse parágrafo, com certeza constatou que você também não sabe quanto tempo tem e que o tempo que tem diariamente precisa ser melhor aproveitado.

Está na hora de inverter os valores, as prioridades. Está na hora de realmente viver! Não viemos ao mundo a passeio e não temos todo o tempo que acreditamos ter. Faça valer a pena!

luto 1

Aliás, essa é a frase da minha vida. Seja na alegria mas principalmente no sofrimento, faça valer a pena! Faça valer a pena cada pessoa ao seu lado, cada fase da vida, cada segundo do dia. Faça valer a pena cada lágrima de sofrimento, cada depressão, cada falta de esperança. Desistir é o caminho mais fácil e o que mais contribui para aumentar o sofrimento, ao passo que se levantar em meio a dor, aprender com o sofrimento e fazer uma nova história é dizer aos problemas: você acabou comigo mas não me eliminou. Se reerguer é não levar desaforo para casa, é o mínimo que você tem que fazer por você para que tanta dor não tenha sido em vão.

Eu não faço a menor ideia do que me espera nos próximos dias, meses e anos. Eu não posso sequer prever o que virá nos próximos 5 minutos mas eu posso inverter as prioridades da minha vida, fazer dela algo realmente produtivo e digno de uma oportunidade tão única e passageira.

Vim aqui te fazer um convite: Faça valer a pena! Tomara que você não o recuse.

 

Fê La Salye
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Comentários

14 comentários em "7 meses, 3 mortes, 1 câncer"
  1. Eliana Clini   20/07/16 • 10h55

    Com certeza não temos como saber o que acontecerá nos próximos segundos de nossas vidas, mas você tem razão e aceito seu convite de fazer valer a pena. Esse ano trouxa até agora coisas parecidas com as suas, morte,câncer na familia e desemprego para todos de casa,mas não vamos nos abater,vamos continuar respirando fundo e olhando em frente,tentando alcançar algo melhor para todos nós.
    Tornei-me sua seguidora por seus posts sobre o chile uma vez que estou organizando as coisas para poder mudar praí. Vou em busca de nova vida, novos ares e novos horizontes. Agradeço imensamente ter topado com você. Desejo a melhor sorte e felicidade do mundo pra vocês e sinto muito pelos acontecimentos,mas vamos vencer e vamos com certeza fazer valer a pena

    • Fê La Salye   20/07/16 • 13h59

      Muito obrigada, Eliana! É isso! Façamos valer a pena. Boa sorte!

  2. Elisa   20/07/16 • 12h38

    Nosso lar não é aqui, por isso temos que viver cada minuto muito bem, na esperança do que virá.
    Sinto por suas perdas, deve ser muito difícil…

  3. mai   20/07/16 • 15h41

    meu sentimentos fê! é muito difícil lidar com a morte. sofro até hoje com a perda da minha vózinha…
    força nesse momento!!

    você faz valer a pena, e muito. se dedicando a ajudar e influenciar tantas pessoas :)

    boas vibrações…até.

  4. Uin Marques   20/07/16 • 16h38

    Nunca sabemos como será o minuto seguinte nem até quando estaremos junto daqueles que amamos, por isso faz-se necessário estar bem com cada um deles. E como você disse …”Fazer valer a pena”… cada momento,em um simples “oi, olá,como está? Fê, Jesus fortaleça você, seu marido,sua família.

  5. Carla   20/07/16 • 22h18

    Sinto muito pelo que está passando. E é bem difícil ter que continuar todos os dias com forca. Sua irma vai superar essa fase delicada. Voces tem muito pela frente!

  6. Elaine   23/07/16 • 17h53

    Oi Fê sinto muito por tudo. Tbm passo por momentos difíceis. Este mês fez 2 anos que perdi meu marido para uma doença. Eu tinha apenas 39 anos. Planejei a viagem ao Chile para reenergizar e comecei a te acompanhar. Chego a Santiago em 27/07. Me identifiquei com seus sentimentos. O viver é agora!!! Bjs

    • Fê La Salye   05/08/16 • 11h00

      Elaine, é muito complicado né? Por isso precisamos viver a cada dia. Sinto muito pela sua perda. Beijos!

  7. Juliana Galvão   25/07/16 • 18h01

    Fe, já te escrevi no face, e lá vem textão aqui de novo, haha. Nos últimos 4 anos eu perdi 6 pessoas da família, dentre avós, primos e cunhado, e a minha última e mais dolorosa perda foi a do meu pai, em fevereiro desse ano. Além de uma tia, aquela quase irmã, ser diagnosticada com câncer. Só quem já sofreu uma perda de alguém próximo sabe o qt dói. Mas olha a parte “boa” do meu relato, há anos eu vinha com aquela vontade de voltar a viver no Chile, depois que meu pai se foi e eu assisti um vídeo do seu canal, comecei a pesquisar e estou decidida de morar fora do Brasil. Se aquele vídeo não fosse teu, eu te diria para assisti-lo, :D Se não me engano, o nome dele é Faça Valer a Pena.

    • Fê La Salye   05/08/16 • 11h10

      Que delícia ler isso… Muito obrigada, Juliana! Vamos fazer valer a pena. Muita força pra você também. Bjs

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