Como entender seu amigo com alma de escritor

Ter alma de escritor é uma delícia mas nem sempre a coisa mais fácil do mundo porque nem todos entendem como a nossa mente funciona.

Com certeza você já teve ou tem um amigo que ama escrever e que de verdade é bom nisso e já ficou se perguntando como ele consegue escrever um texto lindo em segundos enquanto você passou horas pensando em como escrever uma frase minimamente bonita. Também já deve ter se perguntando de onde ele tira tanta inspiração ou de quem ele está falando de forma subliminar no último post que rendeu muitos likes.

Sei bem como é isso porque no caso eu sou a pessoa com alma de escritor e eu não sei explicar muito bem como isso acontece, só sei que nós vemos grandes histórias para livros apenas observando o comportamento de estranhos no metrô, vemos roteiros de séries naquela conversa com a amiga as 3 da manhã e um texto super inspirador para o Instagram depois de olhar uma foto feita de um ângulo inusitado.

Mas acho que a maior dificuldade das pessoas é a de entender que nem sempre estamos falando de nós em nossos textos. Nem tudo é uma autobiografia. Eu tenho um perfil de textos no instagram, o @resignifica_ que precisei fazer uma pausa porque vira e mexe alguém comentava internamente: “é sobre você?” E não, nem sempre é sobre mim. É que nós que temos alma de escritores criamos personagens, crônicas, novelas, filmes. Criamos relacionamentos, perfis imaginários e tudo aquilo que for necessário para colocar em parágrafos a emoção que estamos sentindo ou a mensagem que precisamos trasmitir. Se o texto é triste, nem sempre significa que estamos com problemas, apenas temos a habilidade de sentir muito sem precisar viver na pele. A mesma coisa quando o texto é alegre. Podemos gargalhar em palavras enquanto engolimos o choro. A vontade de escrever supera as sensações internas.

Temos a incrível habilidade de criar “textões”, de derramar em palavras nossas alegrias, dores, raivas e até a nossa dose diária de bom humor e sarcasmo. Mesmo que pareça fora de moda, nós fazemos diários, escrevemos cartas que nunca mandamos, transformamos o bloco de notas do celular em obras literárias e até somos conhecidos como “psicólogos” nos grupos de WhatsApp por ter sempre aquela frase certa no momento mais complicado.

Nós nos inspiramos em tudo o que nos rodeia. É assim que aquela primeira namorada ganha uma música, que a dor mais significativa ganha um livro, que as ideias ganham um blog. É assim que transformamos dor e amor em arte.